Primeira semana a trabalhar

fevereiro 09, 2018
    Hoje é Sexta e fecho a primeira semana de trabalho desde que tive a Carolina. No primeiro dia, fiz dois diretos no Instagram. Um de manhã, a caminho do emprego e outro já de volta. Os dois foram bastante diferentes: na disposição, na voz, em tudo. De manhã, fui bastante nervosa por voltar ao meu emprego, à minha equipa mas também por deixar a Carolina para trás, em casa. Ainda por cima, nesse dia, ela decidiu dormir até mais tarde e nem fizemos a nossa rotina.
    O dia correu razoavelmente bem e eu permaneci bastante tranquila. O tempo foi passando e comecei a ficar ansiosa e com imensas saudades. Liguei uma vez para a minha mãe apenas porque me esqueci de lhe fazer o acompanhamento do almoço. Aproveitei para perguntar tudo... Estava tudo bem. Ela tinha brincado muito, dormiu e também tinha comido muito bem. 
    Quando chegou a hora de voltar, senti-me a pesar, na balança, o dia. Não tinha sido mau, até bastante equilibrado, não me deu nenhum desespero repentino, sorri bastante e senti-me bem. Vim a explicar isso no direto. A verdade é que o facto de ter sido bem recebida pelos chefes e colegas de trabalho ajudou praticamente 99% do dia. Soube bem, e assumo sem problemas, ir trabalhar, ter algum tempo meu, fazer algo para além da "bolha" do mundo da Carolina.
    Quando cheguei a casa, entrei de mansinho e ela estava a brincar. Mal ouviu a minha voz, procurou logo, com aqueles olhos grandes, onde eu estava e veio a gatinhar, em modo trapalhona e entusiasmada, até aos meus pés. Peguei nela e foi um encher de novo do coração. Ver o sorriso dela, sentir o abraço apertado (ela agarra-se com toda a força à minha roupa enquanto me abraça) e o cheirinho. Nós somos humanos mas somos muito animal. Principalmente, nós mães, que funcionamos por instinto e amamos pelo simples cheiro do nosso bebé. 
    Dançamos, cantamos e brincamos as duas. Imenso! E, a certa altura, ela olha para mim e chora. Começou a chorar como se tivesse caído, como se tivesse doído muito. Mesmo no meu colo, soluçava e, do nada, lá começava a chorar outra vez. Não sabia o que ela tinha, se lhe doía alguma coisa. Entretanto, com muito miminho e maminha ela acalmou e voltou a ficar bem disposta. No dia seguinte, repetiu-se. Muito choro, muito colinho e lá passou. A semana foi assim, diminuindo o tempo e a intensidade com que chorava. Em conversa com a Sónia, da Minha Mãe Vegana, cheguei à conclusão que estava tudo certo.  Um excerto de um texto refere que os bebés fazem um esforço emocional muito grande para suportar a nossa ausência sem chorar. Logo, quando chegamos eles ficam felizes e relaxam mas também deixam sair tudo. Ou seja, o que ela não chorou durante o dia sem mim, chora, quando chego, agarrada a mim.
    Os nossos bebés são fantásticos e têm capacidades que não imaginamos. Não é mau, é o desenvolvimento emocional dela, mas, confesso, que me dói. As lágrimas aparecem logo quando ela me abraça e chora. Como se fosse eu que estivesse a provocar aquele choro (que, na realidade, sou).      
    Não vou dizer que é fácil, mas é menos complicado do que imaginava.



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